No Congresso Nacional de Educação, Campus realiza debate sobre os desafios da educação para a indústria 4.0
Na manhã do dia 07 de junho, o IFSULDEMINAS - Campus Poços de Caldas marcou presença no segundo e último dia do 3º Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas, no Espaço Cultural da Urca. O diretor-geral do Campus, professor Thiago Caproni; o diretor de desenvolvimento educacional, professor Mateus dos Santos; e a presidente da comissão técnica científica do congresso e coordenadora acadêmica local do mestrado em Educação Profissional e Tecnológica do Campus Poços, professora Lorena Boechat, participaram da mesa redonda "os desafios da educação para a indústria 4.0".
Os professores Thiago, Lorena e Mateus debatem sobre os desafios da educação.
Em sua fala, o professor Thiago Caproni destacou que a indústria 4.0 já é uma realidade, revelando-se hoje em dia através da inteligência artificial, da internet das coisas e da biologia sintética. Para Caproni, diante desse contexto, a sociedade e a educação precisam se preparar para as mudanças no mercado de trabalho advindas da automatização de serviços. Segundo o diretor, o mercado tem buscado cada vez mais profissionais comunicativos, criativos, capazes de solucionar problemas, de trabalhar em grupo e de entender as necessidades das outras pessoas. Sobre as mudanças no mercado de trabalho, Thiago mencionou que as profissões que possuem relações humanas complexas dificilmente serão automatizadas, citando como exemplo o caso dos enfermeiros e psicólogos. “Têm alguns estudos que dizem que, durante a vida, a gente vai mudar, pelo menos, três vezes de profissão. Com essa perspectiva que a gente tem de automação, provavelmente será assim mesmo, porque as coisas irão mudar muito rapidamente e a gente vai ter que acabar se adaptando a esse contexto. Então, o aprender a aprender talvez será o mais importante”, frisou. Por fim, Caproni citou que o Campus Poços está desenvolvendo, por meio de parcerias com empresas da cidade, um espaço maker, para prototipação via impressoras 3D, e um projeto de coworking, para aceleração de startups.
O professor Mateus dos Santos explicou que a tecnologia não veio para prejudicar a vida das pessoas, mas que, às vezes, isso acontece. Comentou também que a tecnologia não vai substituir o professor, mas já tem modificado sua prática: "nosso aluno de hoje é muito ligado à tecnologia. Eles já têm uma linguagem diferente. Temos que tentar tirar proveito disso". Disse que, em meio ao contexto da indústria 4.0, haverá duas frentes de trabalho para os docentes: a educação voltada para aqueles que lidam com essas tecnologias e a destinada para os que as produzem. Os profissionais que criam deverão se atentar aos destinatários dessas tecnologias. Já os que irão lidar precisarão compreender, utilizar, aproveitar, otimizar e refletir sobre essas tecnologias. "Tecnologia é um complemento, ela não é a essência do processo. Os estudantes precisam de senso crítico e as disciplinas de humanas são fundamentais para isso", salientou. Por fim, o professor Mateus abordou o trabalho desenvolvido por uma comissão formada por professores e técnicos do IFSULDEMINAS - Campus Poços de Caldas, que irá elaborar um estudo sobre essas novas metodologias de ensino e aprendizagem, com o intuito de formar uma diretriz para ser aplicada dentro dos currículos dos cursos ofertados pelo Campus.
A professora Lorena Boechat explanou sobre as pesquisas desenvolvidas pelos alunos do Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica ofertado pelo Campus Poços de Caldas, que vão ao encontro da utilização das novas tecnologias no dia a dia das salas de aula. Lorena comentou também sobre suas inquietações enquanto docente: “O que eu posso fazer de diferente na minha aula? Eu comecei a me incomodar enquanto docente e comecei a trabalhar com tecnologias e metodologias diferentes, envolvendo outras disciplinas”.
Apresentação de trabalhos científicos
Além de realizar uma mesa redonda no congresso, o IFSULDEMINAS – Campus Poços de Caldas foi responsável pela avaliação dos trabalhos científicos apresentados pelos participantes. Fizeram parte da comissão técnica científica de avaliação dos trabalhos as servidoras Lorena Boechat (presidente da comissão), Andrea Marrafon, Berenice Santoro, Heliese Pereira, Josirene Barbosa, Luciana Nascimento, Karla Zucoloto e o servidor Sérgio Teixeira. A comissão técnica analisou todos os trabalhos, identificando inconsistências e apontando aos autores possibilidades de adequação. Os alunos do Mestrado em Educação Profissional e Tecnológica do Campus Poços de Caldas também auxiliaram na avaliação dos pôsteres. Neste ano, foram apresentados mais de 250 trabalhos científicos, sobre os seguintes eixos temáticos: currículo, metodologia e práticas de ensino educação e diversidade; educação ambiental; educação em espaços não formais; educação tecnológica e profissional; ética, direitos humanos e cidadania; formação inicial, continuada e valorização dos profissionais de educação; fundamentos da educação: história, filosofia e sociologia da educação; gestão educacional democrática e avaliação; integração entre educação e mundo do trabalho; sistemas de educação e políticas públicas; tecnologias de informação e comunicação aplicadas à educação.
Mais de 250 trabalhos científicos foram apresentados no congresso.
Marisa Pena apresentou resultados obtidos por ela através de sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Ouro Preto. O trabalho versou sobre o desempenho acadêmico de universitários cotistas em cursos de medicina, direito e engenharia civil. Através da pesquisa, Marisa identificou que as reprovações ocorrem mais nos primeiros períodos dos cursos, tanto entre cotistas como entre os alunos ingressantes pela ampla concorrência. “É importante dizer que esses dados são todos comprovados estatisticamente. Os coeficientes, o nível de reprovação e a taxa de evasão dos alunos cotistas são bem próximos dos de ampla concorrência”, concluiu.
A coordenadora pedagógica da rede municipal de São Paulo e mestranda da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Dilma Ângela da Silva, na apresentação de seu trabalho, falou um pouco sobre o papel dos passeios com as crianças no despertar do sentimento de pertencimento sobre o lugar onde vivem e estudam. “A criança também tem o direito de estar na cidade e a cidade, principalmente a metrópole de São Paulo, não é pensada para a criança. E a gente vê pouco a criança circulando na rua e, quando ela está, está sempre sob a supervisão de um adulto. A gente chegou à conclusão de que a cidade tem um potencial educativo e que a escola precisa abrir as portas e explorar a educação para além dos muros da escola”, afirmou.
Em 2017, foram apresentados 75 trabalhos científicos e, em 2018, foram 152. Este foi o terceiro ano de parceria do Campus Poços com a GSC na organização do evento.
O congresso
O 3º Congresso Nacional de Educação, realizado nos dias 06 e 07 de junho no Espaço Cultural da Urca, foi uma realização da GSC Eventos Especiais e do IFSULDEMINAS – Campus Poços de Caldas. Durante os dois dias de evento, ocorreram palestras com educadores renomados, minicursos, oficinas, feira de educação e apresentação de trabalhos científicos. No total, mais de 300 pessoas participaram do evento, entre gestores, estudantes e servidores de instituições de ensino locais e de diversos estados do país.
A servidora do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus Sertãozinho e mestranda em Educação Profissional e Tecnológica, Karina Leite, veio com mais duas servidoras do IFSP para participar do congresso: “toda a programação esteve bem interessante. No nosso atual contexto, é muito importante que os educadores se unam e discutam e busquem melhorias”. Em sua primeira participação no congresso, Elen Cristina de Freitas, educadora infantil em Bandeira do Sul, também aprovou o evento: “abre uma janela muito maior para nós que somos educadores. Pessoas que já estão estudando e aprofundando um tema ajudam a abrir para nós coisas que, às vezes, faz tempo que não vemos ou que vimos na faculdade e que não são aplicadas à realidade da escola. Tudo que foi falado foi proveitoso”. Também em sua primeira participação, a servidora da secretaria de educação de Itaquá (SP), Fátima Cordeiro, disse que alguns temas tratados no evento a auxiliarão bastante no seu trabalho com a formação de professores da rede municipal. Participando pelo segundo ano consecutivo, o professor do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus Porto Alegre, Alex Oliveira, também fez muitos elogios: “assim como no ano passado, as temáticas são muito boas. Como sou professor da área de ensino profissional, aqui tem alguns pontos que convergem para a minha área de interesse. É importante você ter uma forma de avaliar e enriquecer o seu trabalho, observando também o trabalho de outras pessoas e regiões”.
A edição de 2020 do Congresso Nacional de Educação de Poços de Caldas já está confirmada, devendo ocorrer nos dias 04 e 05 de junho, no Espaço Cultural da Urca. Para mais informações, acesse: http://educacaopocos.com.br
Assista ao compacto do debate sobre os desafios da educação para a indústria 4.0!
Confira as fotos da mesa redonda!
Veja também as fotos das apresentações dos trabalhos científicos!
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