Após bloqueio do orçamento, Campus Poços promove abraço simbólico em apoio às instituições federais de ensino
Em Poços de Caldas, o #abraçopelaeducação foi realizado na manhã dessa sexta-feira, 10 de maio. Vestidos de preto, os servidores e os alunos dos cursos técnicos e superiores uniram-se em um abraço de um minuto em torno da biblioteca do Campus. Logo em seguida, no estacionamento, posicionaram-se para formar a expressão “Sou mais IFSULDEMINAS”. Ao final, o estudante Flávio Santos, do 5º período de Licenciatura em Ciências Biológicas, leu a todos a nota do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) sobre o bloqueio do orçamento das instituições federais de ensino.
O abraço foi em torno da Biblioteca do Campus.
No Campus Poços de Caldas, o bloqueio de recursos por parte do governo federal gerou a suspensão, por tempo indeterminado, de bolsas e recursos para projetos de pesquisa e extensão, bolsas de monitoria, acarretando ainda a paralisação de visitas técnicas e aulas de campo para os estudantes, de compras de materiais para os laboratórios de ensino e pesquisa, de novas contratações de estagiários e do Programa Institucional de Qualificação (PIQ), este último de apoio à qualificação dos servidores. Além disso, o ginásio poliesportivo da instituição precisou ser inutilizado no horário de pico, entre as 18h e as 21h. Apenas serão mantidos os pagamentos de despesas contínuas, tais como limpeza, restaurante estudantil, serviços gerais, segurança, energia, água e telefone.
De acordo com o diretor-geral do Campus, professor Thiago Caproni Tavares, “o bloqueio de recursos paralisará todos os nossos projetos no âmbito de inovação tecnológica, de sustentabilidade, de apoio aos arranjos produtivos locais, na oferta de capacitação para professores da rede pública de ensino, de divulgação científica e etc. Enfim, compromete todo um planejamento de oferta de serviços para a sociedade”. Thiago destacou ainda que o Campus Poços sempre buscou ofertar cursos de excelência, bem avaliados pelo Ministério da Educação e com significativos resultados na inserção de novos profissionais no mercado de trabalho. Falou também sobre os cursos integrados ao ensino médio, que permitem uma formação profissional e humana aos alunos e a aprovação nas melhores universidades do país. “Somos referência em termos de indicadores e de custo por aluno”, completou. Para o gestor, “essa situação gerada pelos cortes no orçamento é bastante triste para nós que sonhamos com uma educação integral, universal, que forma cidadãos críticos, competentes, criativos e humanistas, conforme estabelecido na missão da nossa instituição. Não é apenas uma perda do IFSULDEMINAS, mas da sociedade como um todo, e principalmente, para as cidades onde estamos estabelecidos”.
Lançamento da nossa campanha #soumaisifsuldeminas
Ao todo, no Campus Poços de Caldas, foram suspensas 20 bolsas de projetos de extensão e a contratação de 10 novos estagiários. Também houve a suspensão de 15 bolsas de monitoria e 13 bolsas de projetos de pesquisa. O coordenador de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Campus, professor Rafael Coelho Neves, explica que “para que essas pesquisas funcionem e possam seguir com a máxima eficiência possível, nós precisamos sempre manter o pagamento das bolsas dos alunos para que eles possam manter uma disponibilidade de horário e uma dedicação maior. O corte dessas bolsas implica diretamente na inviabilidade do pagamento de transporte, moradia, alimentação, o mínimo possível para que os estudantes possam permanecer aqui no Campus, realizando essa pesquisa”. O coordenador apontou ainda que alguns professores estão até utilizando recursos próprios para manterem algumas pesquisas e auxiliarem os discentes.
Os estudantes Christian Gonçalves (5º período de Ciências Biológicas), Vanessa Tavares (3º ano do curso Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio) e Natan Oliveira Lana (3º ano do curso Técnico em Eletrotécnica Integrado) já começaram a sofrer as consequências do corte orçamentário. Eles tiveram suas bolsas de monitoria suspensas. A bolsa mensal no valor de R$165,00 era utilizada pelos estudantes para investir em seus próprios estudos. “Essa bolsa me ajudava a me manter durante o mês, pelo fato de meu curso ser em horário integral, pois fica difícil trabalhar. Preciso pagar conta e ajudar em casa”, disse Christian. Para Vanessa, o dinheiro da bolsa seria destinado para a aquisição de livros: “eu gosto de comprar livros. Eu, inclusive, comprei livros antes de receber a bolsa e agora eu não vou receber”. Mesmo com a suspensão da bolsa, Natan permanece como monitor voluntário. Na opinião do estudante, “o grande problema é que a gente fica sem incentivo, porque receber uma parcela em dinheiro é um incentivo e também porque esse dinheiro ajudaria a gente a se manter dentro do Campus”.
O ato #abraçopelaeducação foi destaque no Jornal da EPTV 1ª edição, assista aqui! Leia também a reportagem publicada no portal G1.
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