Nova espécie de inseto aquático é encontrada por pesquisadora do IFSULDEMINAS - Campus Poços de Caldas
Uma nova espécie de inseto aquático foi descoberta pela professora e pesquisadora do IFSULDEMINAS - Campus Poços de Caldas, Mireile Reis dos Santos, durante sua pesquisa de doutorado (2014 a 2018). Tratava-se da larva de inseto da ordem Megaloptera - Familia Sialidae - Gênero Ilyobius sp., encontrada no Morro do Ferro, na cidade. Desde então, pesquisadores do Laboratório de Entomologia Aquática da Universidade Federal de São Carlos, coordenados pela professora Livia Maria Fusari, juntamente com a profissional do Instituto de Pesquisas da Amazônia - Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos, Neusa Hamada, vêm tentando criá-la até seu ciclo completo (até ficar adulta) para descrevê-la. A descrição de um inseto só pode ocorrer se obtiverem o ciclo completo, de larva a adulto. 
Segundo os pesquisadores, trata-se de um inseto raro (ocorre em baixa abundância e apenas em poucos locais da Mata atlântica) e é de difícil criação. Todas as larvas que levaram, em diversas tentativas, morreram. Até que, em junho de 2021, foram coletadas mais algumas. Desta vez, houve sucesso: o inseto cresceu e pôde ser descrito, confirmando que era uma espécie nova, a quarta a ser descrita do gênero. Os estudos resultaram na produção de um artigo científico, publicado na revista internacional Zootaxa (https://www.biotaxa.org/Zootaxa/article/view/zootaxa.5165.3.2).
Os estudiosos destacam ainda que a larva deste inseto é uma predadora e desempenha um papel importantísssimo para ciclagem de nutrientes no riacho, processando o material que vem da marta ciliar (folhas, gravetos etc), além de manter populações de outros insetos sob controle. Isso mantém o rio vivo e saudável, com bom volume de água, sustentando outras populações de insetos, peixes, anfibios e até anuros que dependem deste recurso aquático pra sobreviver. Explicam que planalto de Poços de Caldas é uma região que concentra características ambientais muito únicas, tendo sido formado há aproximadamente 70 milhões de anos. Todos os riachos que correm dentro dele são formados aqui. Ou seja, se os destruirmos não temos "abastecimento externo" de outras fontes/nascentes.
Leia o artigo completo (versão em inglês)
(Fotos enviadas pela Profa. Mireille Reis dos Santos. Autoria das fotos do insteto adulto e larva são de "Mendes, G.C. e LACIA - Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos".)
ASCOM - Poços de Caldas
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Publicado em 20/07/2022.
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